Mídias sociais requerem marcas sociais
A frase que dá título a este editorial é de Brian Solis, autor do livro “Engaged”, em palestra para convidados do IG, durante o Digital Age 2.0. Para ele, o envolvimento dos consumidores vem da criação de um conteúdo relevante para pessoas que têm interesses em comum. A missão do Marketing, com isso, é capturar a atenção das pessoas que estão nas redes sociais e engajá-las.
Assim como tem acontecido com muitos novos especialistas de Marketing ao redor do mundo, Solis também questiona o modelo atual do Marketing. Ele, no entanto, vai além. Departamentos financeiros e de recursos humanos também terão que se adaptar a nova realidade que as redes sociais impõem. Tudo terá que ser mensurado. Para o Marketing, é preciso acrescentar o P de pessoas aos quatro de Philip Kotler.
Antes, as marcas eram necessariamente ilhas, com comunicações unilaterais, massivas e processos engessados. Faz tempo que a confiança do consumidor nas marcas vem caindo. As mídias sociais requerem marcas sociais. Agora, elas têm que construir pontes para se relacionar com seus clientes e potenciais compradores. E não adianta mudar apenas a plataforma e continuar com o mesmo posicionamento, com o mesmo discurso e com a mesma estratégia. É preciso segmentar a audiência para poder falar com tudo mundo de forma diferente, um a um.
Hoje, as campanhas de comunicação, de acordo com Solis, precisam ter vida. Precisam conectar as pessoas às marcas. Elas não podem ser um tiro de canhão esporádico. É preciso ser constante. As marcas devem se conectar com as pessoas on-line, o tempo todo. E isso não é tão difícil, como muitos pensam. Cada vez mais as pessoas estão na internet. Isso não é novidade. Mas elas partilham suas preferências, falam sobre suas características e dão todas as informações que as marcas precisam para conhecê-las e ficar amigas delas, afirma Clara Shih, autora do livro "The Facebook Era, também no Digital Age.
Ao criar um relacionamento individual nas redes sociais, a marca acaba engajando não só uma pessoa, mas seus amigos. Não é mais novidade que o foco mudou da divulgação de produtos e serviços para o relacionamento. É preciso humanizar a marca, aponta Guy Kawasaki, Diretor da Garage Technology Ventures. E aí, Alexandre Canatella, CEO da Cybercook, dá a dica. “Temos que olhar para a antropologia, não para a tecnologia”. Em uma analise básica, entender o comportamento das pessoas serve para conhecer necessidades e desejos. E o que é Marketing, se não isso, e muito mais?
Por Bruno Mello, Editor Executivo do Mundo do Marketing
Fonte: Mundo do Marketing