Gillette, Netshoes e Claro investem em promoções relacionadas ao maior evento esportivo do ano
Dez entre 10 pessoas vão citar a Copa do Mundo como o grande evento esportivo do ano. Mas nem todas as marcas possuem a verba necessária para se associar a este torneio. Sendo assim, resta às empresas buscarem outras formas de conquistar o consumidor com uma jogada de Marketing desconcertante que faça a concorrência tremer e o comprador lembrar-se dela como um golaço na final.
A Gillette fez isso. Ao patrocinar a Seleção Brasileira, automaticamente a marca será vista por todo o mundo. Desta forma, é possível comunicar-se com o consumidor de forma emocional, e é o que a Gillette vem fazendo há mais de 100 anos ao investir em Marketing esportivo.
Porém, além de não poder patrocinar o evento, diversas marcas também não têm cacife para patrocinar a seleção. Por isso, muitas recorrem ao Marketing de guerrilha ou a ações que remetem ao futebol. É o caso da Netshoes. O site oferece uma promoção que levará seus e-consumidores para a África do Sul.
Táticas e estratégias… de Marketing
Outra empresa que percebeu a oportunidade foi a Claro. A operadora criou um quiz mobile com o objetivo de agregar valor aos seus serviços e gerar entretenimento para os assinantes usando mecânicas inovadoras e interativas. “Trata-se de mais um serviço diferenciado e relevante que auxilia na construção de um relacionamento sólido com os nossos clientes”, diz João Victor Martins, Gerente de conteúdos da Claro, em entrevista ao Mundo do Marketing.
A Netshoes também percebeu a oportunidade de pegar uma carona com o futebol com o objetivo de aumentar suas vendas. Ao criar uma promoção que levará internautas para o país sede da Copa do Mundo mediante a compra de camisas do Brasil, o site projeta um crescimento nas vendas de até 30% durante o período da ação. “Não podemos levar ninguém para a Copa, e sim para a África do Sul. Devido a importância da seleção para o brasileiros, fizemos esta promoção. Esperamos que essa ação inicie um cenário bom para os próximos quatro anos”, conta Ronaldo Cunha (foto), Diretor de Marketing da Netshoes, ao site.
Já a Gillette investe em Marketing esportivo desde 1900. Em maio de 2009, a marca da Procter & Gamble iniciou o patrocínio ao time de futebol do Brasil. A duração do contrato é de 14 meses – termina após a Copa do Mundo 2010 – e até lá a empresa já tem planos definidos. “Estamos planejando eventos, promoções e até mesmo lançamento de produto antes do fim do contrato”, afirma Poliana Sousa, Gerente de marketing da Gillette.
Mobile entra no time de Marketing
Além de aumentar as vendas, outro golaço das marcas que investem no futebol neste período são os benefícios que podem ser percebidos ao estar associado a um evento deste porte. Além de toda a visibilidade gerada e a exposição da marca em todos os meios de comunicação, a Gillette sabe que estará mais perto dos brasileiros. “A Seleção Brasileira é referência em todo o mundo quando o assunto é futebol, por isso, para a marca, isto significa apoiar uma das mais autênticas manifestações da cultura popular brasileira”, ressalta Poliana.
Apesar de ainda serem pouco exploradas no Brasil, as ações mobile são uma boa opção para um bom relacionamento entre empresa e cliente. De forma distinta, a Claro atinge usuários de perfis diferentes com um quiz sobre futebol que dará como prêmio uma viagem para a África do Sul com ingressos para os três primeiros jogos do Brasil na primeira fase do torneio.
Segundo Martins, da Claro, as ações mobile têm sido exploradas e a operadora sempre busca parcerias como nesta ação, onde a empresa se aliou a Sony Music e a Day 1. “Este tipo de ação tem grande adesão e aceitação entre nossos usuários”, aponta.
Gol contra
Porém, existe a possibilidade de uma empresa levar a pior em uma dividida de bola com a FIFA caso ela não seja patrocinadora do evento e cite em suas peças a marca oficial da Copa do Mundo de Futebol. É preciso tomar cuidado porque as promoções são da FIFA e não podem usar o nome de acordo com a lei. “Ações relacionadas à seleção, por exemplo, podem ser feitas. Há uma série de ações possíveis, como levar o consumidor para o país da Copa”, explica o coordenador do Núcleo de Estudo em Negócios do Esporte da ESPM, Claudinei Santos (foto), em entrevista ao site.
Cada vez mais o Marketing das empresas tem investido em eventos de modo geral. Estes, sem dúvida, são bons momentos para divulgar um produto ou até mesmo uma marca. Desta forma, patrocinar a seleção brasileira, um dos jogadores, ou um grupo deles, é uma ação indireta e vantajosa porque expõe a marca ao mundo de qualquer maneira. Outra maneira de ser lembrada em eventos mundiais sem gastar muito – ou quase nada – é usar o Marketing de guerrilha.
Esta é a estratégia preferida para pequenas e grandes empresas que querem se associar ao evento de alguma forma. “É praticado, mas não é de boa qualidade e está sujeito a restrições. Não recomendo, mas muita gente fará isso”, afirma Claudinei Santos. Já o retorno para uma marca patrocinadora oficial é muito grande e gera uma exposição que nenhuma campanha de TV jamais conseguiria. “É para marcas globais”, completa Santos.
por Thiago Terra
Fonte: Mundo do Marketing