Bom, bonito e barato o lápis talvez seja a ferramenta mais útil e democrática que existe. Com poucas variações desde que o carpinteiro alemão Kaspar Faber conseguiu chegar ao formato cilíndrico no ano de 1761, o lápis foi ganhando cor a partir de 1850, com o aparecimento das anilinas, borracha na ponta em 1858 e manteve-se como o preferido mesmo depois do aparecimento das lapiseiras. A Faber-Castell, que nasceu para fabricar “material com grafite na ponta”, tem a sua história se confundindo com a própria história do lápis, e fabrica 1,8 milhão de lápis por ano para todo o mundo. Dessa produção, 83% é fabricado no Brasil, nas fábricas de São Carlos, interior de São Paulo.
1564
Sabe-se que os astecas já conheciam o grafite, embora os primeiros objetos parecidos com lápis surgiram nas montanhas de Cumberland, Inglaterra, em 1564, onde foi encontrada a primeira mina de grafite, por mineiros de carvão. Até então não se sabia que se tratava de grafite, apenas que era uma substância negra e brilhante. O nome grafite foi dado pela facilidade de se escrever com ele (good for writting with).
1565
Duas tabuinhas recheadas com uma fatia de grafite: assim foi descrito o instrumento de escrita pelo físico suíço Konrad von Gesner.
1644
A história registra, no entanto, como 1644 o ano em que o lápis apareceu pela primeira vez no mundo: na Alemanha. A sua produção em escala industrial aconteceria somente em 1761, na aldeia de Stein, perto de Nuremberg , Alemanha, pelas mãos de Kasper Faber. Nesta data surge o lápis cilíndrico.
1795-1839
Ocorre um grande aperfeiçoamento na fabricação de grafite com a adição de argila: uma invenção quase simultânea entre o francês Nicolas-Jacques Conté e o austríaco Hartmuth. A partir de então, argila e grafite são misturados até formarem uma pequena vara, que é depois queimada, processo que possibilitou a fabricação de lápis com diferentes graus de dureza.
1850
Surgem os lápis de cor, com o aparecimento das anilinas.
1856
Lothar von Faber aumenta a capacidade de produção de sua fábrica. Constrói moinho de água, introduz máquinas à vapor e mecaniza a serragem e entalhamento da madeira. Ele é considerado o criador dos lápis hexagonais.
1858
O americano Hyman Lipman criou o lápis com borracha na ponta.
1930
No Brasil, o início da produção de lápis em escala industrial data de 1930, quando Johann Faber adquiriu uma pequena fábrica em São Carlos, interior de São Paulo, onde até hoje funciona o seu complexo fabril. Até então os lápis eram importados da Alemanha.
TEMPOS MODERNOS
Hoje é possível encontrar no mercado lápis de vários formatos: redondo, sextavado, triangular e oval (lápis de carpinteiro). Com corpo de madeira ou de plástico. Dentre os de corpo em plástico, a NewPen do Brasil lançou em 1995 (patente recém-aprovada) que chamou de lápis mágico. Tem cara de lápis, corpo de plástico e alma de lapiseira. Uma mola interna faz o grafite avançar. Dispensa apontador. É fabricado em 3 diferentes diâmetros: 05 para desenhistas, 07 para estudantes e 09 para crianças. Um lápis com ouro branco e diamantes na ponta e um apontador embutido, edição limitada, no valor de R$ 17 mil foi criado pela Faber-Castell para comemorar os 240 anos da empresa.
O PAPEL DO LÁPIS NA PROPAGANDA
Especialmente nas décadas de 60 e 70, quando a propaganda brasileira despontava como uma das melhores do mundo, o lápis era o principal instrumento de trabalho dos diretores de arte. Quantos roughs de futuros anúncios premiados ou story-boards criados para memoráveis comerciais de TV eles não rabiscaram? Hoje é tudo na base do computador. Mas na época, os famosos lápis HB, H e B, com todas as suas numerações, que iam do duríssimo 7H ao suave B6 (quase um crayon) eram freneticamente manuseados pelos publicitários do setor de arte. Foi também a fase em que floresceram inúmeras casas especializadas em materiais para desenhistas. Vendiam pranchetas, blocos para layout, tintas, pincéis, papéis importados, borrachas, escovas, réguas, esquadros e naturalmente lápis.
Texto Alberto Murata
Fonte:
Revista Lojas – Papelaria, Brinquedos & Cia
Site: www.lojcomm.com.br