A Indústria da Falsificação

Produtos pirateados e a invasão dos artigos importados atrapalham os negócios do segmento de brindes.

Apesar da crise econômica, a indústria da pirataria está a todo vapor. Ela representa cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, algo em torno de R$ 50 bilhões ao ano.

Com números alarmantes, o mercado da falsificação está atingindo dimensões tão gigantescas que atraiu até a atenção do governo americano. Aqui no Brasil, cerca de 12 associações, representantes de segmentos diversos, criaram a campanha “Produto Pirata – A Vítima é Sempre Você”. Com essa iniciativa, as associações pretendem mostrar que o problema da pirataria não atinge apenas alguns setores da economia, que a situação é preocupante e que quem sofre as maiores conseqüências é o próprio consumidor.
Artigos como tênis, relógios, óculos de grifes famosas, CDs, cigarros, bebidas, ferramentas, fitas de vídeos, bolsas, mochilas, remédios, entre outros, são produzidos em grande quantidade em pequenas fábricas clandestinas ou cruzam a fronteira ilegalmente pelo Paraguai, importados principalmente de países como China, Cingapura, Coréia e Malásia.

Para os fabricantes nacionais de brindes, a grande dificuldade encontrada nessa concorrência desleal está no preço. Com qualidade inferior, os artigos pirateados são comercializados a um preço bem mais baixo. Com a retração do mercado, as empresas estão com as verbas reduzidas, porém precisam continuar com suas ações promocionais e, nessa hora, o preço menor fala mais alto. Com a verba enxuta, muitas acabam optando por um brinde de qualidade inferior, uma peça que chega a ser descartável, muitas vezes, sem garantia.

Em contrapartida, os fabricantes idôneos de brindes acabam tendo que aumentar a produção para compensar as perdas geradas por essa concorrência desleal. “Nós garantimos a qualidade do nosso produto. Isso é muito difícil, mas se por acaso ocorrer algum problema, algum defeito, a troca é feita na hora. Agora, com esse outro brinde você vai reclamar para quem?”, questiona o proprietário da Cotérmico, Lucimar Da Silva Porsi.

A empresa, que está no mercado há 45 anos, fabrica bolsas térmicas, bolsas, sacolas de praia e viagem. A bolsa térmica, que é o carro chefe da empresa, é o alvo mais fácil desses “produtos importados”. Segundo o empresário, se o cliente estiver com um prazo maior ele pode acabar optando por um contêiner asiático, o que sai mais barato mas, em compensação, o resultado final, aquele de fixar a imagem junto ao público-alvo, pode virar um pesadelo. “A marca dele vai nessa bolsa, então imagina se um cliente leva carne ou cerveja para a praia. Quando chega lá, percebe que está tudo descongelado, que estragou. Sem dúvida, esse cliente não utilizará mais nenhum brinde oferecido por esta empresa. Nesse caso, a estratégia de marketing vai por água abaixo”, argumenta Porsi.

Nessa briga pelo mercado, a produção da Cotérmico aumentou, porém o faturamento diminuiu, porque a empresa como muitas outras do setor teve que adaptar sua produção à verba do cliente. “Antes o cliente chegava com uma idéia e você podia sugerir a ação promocional, agora ele diz a verba que tem e pede para você adequar o produto a esse valor. Então, ele acaba comprando uma quantidade menor, ou escolhe um artigo de qualidade inferior, ou em último caso faz o orçamento mas acaba comprando esse outro produto, de procedência desconhecida”, aponta Porsi.

Driblando a Crise

A criação constante de novos produtos ainda é a melhor saída para enfrentar a crise econômica.

A demanda por produtos promocionais no Brasil está crescendo a cada ano. Essa é a afirmação de profissionais do setor e de fabricantes como Luciano Raizler, diretor presidente da Raizler Promocional.

Apesar das turbulências provocadas pela economia instável, as empresas devem preocupar-se com a fidelização de seus clientes, além de aumentar ou ainda manter sua participação em determinada fatia do mercado. Para conseguir essa façanha, muitas continuam apostando nas ações promocionais e vale todo tipo de brinde, dos maiores aos menores, como os tradicionais imãs de geladeira. Nessa disputa de mercado quem comemora são os fabricantes de brindes e as empresas de material promocional.

Os meses de janeiro e fevereiro são apontados como os meses mais críticos para o setor. Após esse período, os pedidos e a produção voltam ao normal. Apesar da crise, as empresas precisam marcar presença no mercado através de ações promocionais. Para enfrentar a redução de verba e não deixar o brinde de fora, muitas encontraram uma boa alternativa no artigo mais barato. Nesse momento, os tradicionais imãs ganham ainda mais espaço afinal, além do baixo custo, também podem ser utilizados por empresas de diversos segmentos.

No início, os magnetos tinham um caráter de serviço, ou seja, eram colocados na geladeira para facilitar as ligações para pedir uma pizza ou mesmo para contatar a drogaria mais próxima. Com o tempo, eles foram ganhando mais espaço, mais destaque nas portas das geladeiras e, com isso, muitas outras utilidades. As geladeiras foram invadidas por modelos como calendários, com peças sobrepostas e até na versão colecionáveis, que viraram atração entre o público infantil.

Apesar do fator preço influir bastante no momento da escolha, outro ponto que é decisivo para o profissional deste segmento é a inovação, a criação constante de peças originais e diferenciadas. “As empresas de brindes que se destacam no meio promocional são aquelas que enxergam as oportunidades de mercado e trazem em seus portfólios novidades e soluções em produtos”, define Raizler.

Segundo a Fermag, empresa fabricante da matéria-prima manta magnética, a produção do artigo em 2001 atingiu aproximadamente cerca de 1.200.000 metros, um número que pode ser dobrado até o final de 2002. Tudo isso, porque o tradicional imã de geladeira já virou mania nacional. “Não consigo imaginar uma geladeira sem imãs, mas sim repleta deles, desde aquele com o telefone da drogaria mais próxima até o modelo colecionável, que as crianças tanto gostam”, comenta Raizler.

Por: Márcia Mariano

Você sabe o que é Logística?

A logística é um termo militar que foi incorporado pelas organizações comerciais e industriais e poucos são os estudos sobre a logística nas empresas.

Ela é vista como uma ferramenta capaz de aumentar a eficiência organizacional de uma empresa, através da redução dos custos operacionais, agilizando os processos em toda a cadeia, desde o armazenamento até a distribuição dos produtos. A partir do momento que uma empresa consegue estabelecer e montar um bom sistema informatizado, consegue também atender melhor seus funcionários e clientes.

O cliente, como parte integrante e fundamental de todo o processo da prestação de um serviço, percebe e avalia a qualidade em cada uma das etapas do processo, e a simples falta de um suprimento ou recurso no decorrer do processo pode afetar de forma negativa a imagem dele sobre o serviço ou produto que está sendo oferecido.

Enormes são os benefícios que essa filosofia tem trazido para o aumento da vantagem competitiva das empresas. Filosofia é um modo de pensar e a logística está muito mais relacionada a uma filosofia de trabalho do que simplesmente a uma ferramenta ou técnica. É um estilo gerencial de visualização de todo o sistema adotado pela empresa no atendimento a seu cliente. Na teoria da administração de material, a função de transporte, a distribuição, a compra, o estoque e o armazenamento são estudados e conceituados como uma série de ferramentas administrativas para serem adotadas nas organizações. A cadeia de suprimento, quando estudada na identificação das etapas de todo o processo produtivo, desde o fornecedor de matérias-primas até o consumidor final, passando pela produção e canal de distribuição, configura-se em uma ferramenta do planejamento estratégico e das políticas de marketing da organização.

Assim, somente uma boa logística permite integrar as funções administrativas com as ferramentas de marketing e de planejamento para o oferecimento de um produto ao menor custo possível, dentro das expectativas do cliente no menor tempo possível.

Entre o Cliente e o Mercado

Estabelecer políticas de negociação e de relacionamento eficientes com o mercado e com os clientes é um dos grandes desafios para quem trabalha com marketing e promoção em geral. É preciso ter em vista a importância do papel de intermediar e, digamos, fazer as coisas acontecerem, que cabe unicamente ao profissional especializado em propaganda.

De um lado, há uma ou várias cabeças que desejam colocar em prática um projeto para vender seus produtos ou promover uma marca: o cliente. No outro, o que se vê é um público cada vez mais exigente, ávido por novidades que consigam simplificar a sua escolha e oferecer opções rentáveis: o mercado.

Na prática, cabe aos gerentes de marketing, profissionais responsáveis por essa intermediação, saber ouvir o cliente e detectar o comportamento do mercado no seguimento a ser atingido. Para tanto, é preciso que esse profissional cuide para manter um nível elevado de conhecimento mercadológico sem perder a sensibilidade. Ou seja, tão importante quanto o conhecimento técnico é o aspecto humano que envolve todo esse processo que, por enquanto, é apenas a negociação para a execução de um projeto.

Quando nos voltamos para a equipe de produção do material acordado, o conhecimento técnico é condição sine qua non e, mais uma vez, a atenção quanto ao desejo do cliente e a possibilidade de acolher do mercado é o principal ponto a ser trabalhado. Esse é o perfil dos profissionais que devem ser incorporados para que uma empresa de marketing faça jus ao adjetivo globalizado, repetido incansavelmente por todos atualmente.

Quer dizer que, para ter políticas eficientes de negociação e relacionamento com os clientes e com o mercado, é preciso ser globalizado? A resposta é sim e, nesse caso, também pode ser substituída por visão estratégica, consciência de mercado ou simplificando, saber ouvir.

Empresas que sabem ouvir seus possíveis clientes e compreender as “falas” do mercado têm possibilidades infinitamente maiores não só de executar o trabalho desse cliente, como correm o sério risco de serem procuradas novamente por ele.

Manter o seu Cliente Atual Custa de 5 a 10 Vezes Menos do que Conquistar um Novo

No chamado CRM, Gerenciamento de Relações com o Consumidor, o objetivo não é apenas conhecer melhor o cliente mas, principalmente, buscar de forma incessante o atendimento de suas necessidades e que a satisfação desse cliente se transforme em fidelidade à marca.

Muitas empresas que investiram pesadamente em sistemas de CRM não tiveram o retorno esperado porque ficaram apenas na primeira parte do processo: automatizaram processos, obtiveram as informações de forma sistematizada, mas não se utilizaram delas para gerar maior valor efetivo para o cliente. O conhecimento do cliente não é um fim em si mesmo, mas um meio para deixá-lo mais satisfeito, de forma que ele não "voe" para o concorrente ao menor estímulo. E na era da Internet, o concorrente está, literalmente, a um clique do mouse de distância.

Uma questão central é fazer com que cada contato sirva como uma relação de aprendizado sobre o cliente, de forma a conhecer cada vez mais suas características e necessidades. No Brasil, várias empresas já utilizam sistemas que possibilitam o imediato reconhecimento do cliente. Quando você telefona para alguns departamentos, a atendente já sabe seu nome, a última vez que ligou, porque ligou.. e diversas outras informações que irão fazê-lo sentir-se importante. Mas não adianta nada ser bem atendido e não ter o seu problema resolvido no final. O objetivo, portanto, é atender eficientemente e solucionar com eficácia.

O fato é que as empresas estão, cada vez mais, preocupadas com a questão do atendimento e do suporte ao cliente e a Internet pode ajudar, em muito, na melhora desse serviço. Normalmente, o principal meio de contato oferecido ao cliente é o telefone e as empresas investem pesado no chamado “Call Center”, apesar de já existir uma saturação nesse canal. A Internet funciona como um novo canal, imensamente mais barato e que desafoga em até 20% o uso do telefone. As outras questões podem ser respondidas através de e-mail, atendimento on-line através do próprio computador, ou telefone.

A tendência, num futuro próximo, é que as empresas utilizem esse novo canal. Por que, por exemplo, fazer o cliente se deslocar até o escritório da empresa para obter uma segunda via de uma conta, se ele poderia imprimi-la através da Internet e pagá-la em qualquer banco de sua preferência ou, até mesmo, via “home-banking”, sem sair de casa. E por falar em bancos, esse é um setor que soube aproveitar muito bem a Internet. Veja só, o "home-banking" utiliza o seu computador, o seu telefone, o seu software, a sua mão de obra para realizar as operações a um custo infinitamente menor do que se realizadas na agência. Afinal, é você quem vai digitar aquela infinidade de números e não um funcionário do banco com carteira assinada e, se descuidar, ainda lhe cobram alguma taxa adicional pela honra de trabalhar para eles. Evidentemente, isso só funciona porque para o consumidor a comodidade de fazer isso em casa é compensatória, de maneira que de uma forma ou de outra, no final da história, todos saem ganhando graças à tecnologia.

Chega-se a conclusão de que existem inúmeras possibilidades para a utilização da Internet no atendimento, algumas já exploradas, outras não mas, de forma geral, os principais benefícios são: a abertura de um novo canal de comunicação, agilizando o atendimento e desafogando o telefone; a diminuição de custo, principalmente de pessoal e o acesso permanente e ininterrupto, 24 horas por dia, 365 dias por ano.