A personalidade empreendedora sempre foi tema de discussão entre diversos acadêmicos. Entender a mente, o comportamento e as ações é, de fato, um desafio que persiste há anos. Somos instigados a descobrir porque, muitas vezes, nos parece que os empreendedores são fadados a ir do sucesso ao fracasso no decorrer dos anos e demonstram um memorável poder de recuperação, como se desapontamentos e injustiças fossem o seu caminho.
Kets De Vries, estudioso da psicanálise, foi um dos pioneiros a reunir um conjunto de análises de várias áreas para vencer o desafio. Para ele, na “memória de fatos passados” do empreendedor, a figura paterna aparece como o principal vilão. Ele é acusado por desertar, manipular ou negligenciar a família. Já suas mães, ao contrário, aparecem como fortes, controladas, que dão à família algum senso de direção e coesão.
Apresentam histórias semelhantes de uma pessoa com relacionamentos familiares conflitantes dentro de um ambiente hostil, povoado de indivíduos sedentos por controle. Fruto desse conjunto surge um indivíduo que usa de sua rebeldia inovadora como habilidade: o empreendedorismo. Há, também, empreendedores que são oriundos de famílias onde o pai, de alguma forma, trabalhava por conta própria. Apesar das dificuldades, o filho geralmente segue seus passos por que a familiaridade com obstáculos a serem superados, de algum modo, gera confiança. E, ainda, a exposição precoce ao risco pode aumentar a sua tolerância a ele.
David Mc Clelland, outro estudioso do comportamento empreendedor, descobriu que tais pessoas têm alta necessidade de realização; desejo do poder e de tomada de decisões; não gostam do trabalho rotineiro; preferem relações patriarcais com seus subordinados; têm alto grau de ansiedade e destruição; necessidade de suporte; regularidade, conformidade e mentalidade prática. Por isso, companhias fundadas por empreendedores só tem mais chances de alto desempenho quando controladas por pessoas com um estilo mais democrático: necessidade de poder moderada combinada com grande necessidade de realização.
O caminho do empreendedor é uma estrada longa, solitária e difícil. A impulsividade por meio da pressa, a aspereza e a ausência de um planejamento do longo prazo determinam as ações; o que permite compreender porque a carreira deles é uma notória sucessão de sucessos e fracassos empresariais. Nesses casos, a empresa simboliza sua capacidade de compensar as duras frustrações da infância criando um ambiente onde, para que ocorra uma mudança, ele tem que estar no controle.
Por isso, não tem senso de prioridade e pode determinar, ao mesmo tempo, resoluções triviais e decisões estratégicas fundamentais. Na organização, as informações não são compartilhadas; não há procedimentos padronizados. É comum o uso de critérios pessoais e subjetivos com o propósito de mensuração e controle. As descrições e responsabilidades dos cargos são quase inexistentes. A abdicação e a sucessão são a única alternativa para o crescimento continuado da empresa.
Tecnologia da Informação ou Informatização Empresarial ?
Para o consultor em Tecnologia da Informação Miguel Ruiz, para gerar resultados positivos nas grandes corporações, a tecnologia deve ser vista como um todo e não por partes.
As grandes corporações vêm sofrendo mudanças há décadas. Os processos internos já não são os mesmos de 20, 30 ou 40 anos atrás. As atividades que mantinham as empresas vivas naquela época, caso fossem utilizadas hoje, sem o suporte da área de Tecnologia da Informação (TI), não teriam mais do que dias de sobrevida, face à globalização dos mercados.
A tecnologia da informação não deve ser vista apenas como um suporte para os processos e atividades internas. Segundo o consultor, deve-se considerá-la como uma ferramenta estratégica para a eficiente gestão corporativa. “Estamos tratando de negócios que envolvem milhões ou bilhões de dólares, sendo assim, os processos, as atividades e a segurança da empresa devem estar acima de tudo. A tecnologia deve ser vista como um todo e não por partes”, ressalta.
Dados recentes do IDC informam que os gastos com TI crescerão 12,8% em 2007. Para Ruiz, que atua há 28 anos com Gestão de Tecnologia, esses investimentos só trarão o retorno esperado se estiverem alinhados aos negócios da empresa. Sempre que a empresa passa por alguma dificuldade ou mesmo quando as coisas vão bem, é fundamental ter uma TI bem estruturada e alinhada com a estratégia da empresa. Com isso, é possível analisar o que está ocorrendo hoje, planejar investimentos futuros e ainda prever possíveis erros de administração ou até do próprio corpo funcional”, comenta o consultor.
“A implementação da TI nas empresas deve ocorrer, sempre, de uma forma planejada e estruturada. Os investimentos precisam ser realizados de forma estratégica, visando atender as áreas de negócio que possam tirar o melhor proveito possível da tecnologia. Não é aceitável a utilização das tecnologias por si só, por modismo ou outros fatores que representem retorno à corporação”, complementa Ruiz.
Para o consultor, “a TI é atividade correlata aos negócios da organização para melhorar o atendimento ao cliente, ganhar tempo e tentar dirimir qualquer erro humano, otimizando processos e maximizando resultados”, justifica.
Segurança da Informação
A pesquisa do IDC também indica que ao final deste ano, 75% das empresas serão infectadas com códigos maliciosos não detectados, motivados financeiramente e que entrarão por vias alternativas ao perímetro principal da rede e suas defesas.
Para Ruiz, a questão da segurança da informação nas grandes organizações será solucionada pelo monitoramento contínuo. “Somente a vigilância constante fará com que as empresas se livrem das invasões”. Segundo ele, o trabalho não é reativo e sim pró-ativo. “A solução passa pela antecipação aos intrusos, bloqueando qualquer acesso antes de qualquer invasão. O que para um usuário comum não significa nada ou quase nada, pode prejudicar muito as atividades internas da empresa”, salienta Miguel Ruiz.
Preocupar-se com a gestão da TI em grandes empresas exige expertise, tempo, hardwares e softwares adequados, compartilhamento de redes, servidores bem dimensionados, além do uso de ferramentas que melhorem e auxiliem na produtividade das empresas – Internet, utilização de VoIP (Voz sobre o Protocolo da Internet – IP) e segurança das informações. “A falha em qualquer um desses pontos pode comprometer a empresa. A questão está aí, gerir tudo com eficiência e manter a TI como geradora de valor para o negócio”, finaliza Ruiz.
Fonte: Miguel Ruiz – fundador da MR Consultoria
A Questão da Gravidez no Auge da Carreira
Ser vaidosa, ter sucesso na profissão ocupando cargos de liderança, cuidar do lar. A jornada de trabalho da mulher moderna não é fácil. Com tantas tarefas dá para engravidar? Sim, mas a insegurança no trabalho é grande.
Cada vez mais a mulher tem conquistado cargos de confiança e liderança em grandes organizações, passando a ser o maior salário da casa ou a chefe da família. No entanto, “é natural e justo que as empresas que empregam mulheres para seus cargos de comando esperem o mesmo desempenho atribuído aos homens, inclusive com relação à gestão do tempo”, explica Marcelo Abrileri, presidente da Curriculum.com.br, um dos maiores sites de recrutamento on line do Brasil.
Segundo o especialista, para que o trabalho da mulher na empresa não seja prejudicado, primeiramente ela deveria investir o máximo e, se possível, até mesmo abrir mão da dupla jornada contratando alguém para as funções domésticas. “Só que esse quadro muda totalmente quando o assunto é gravidez. Não dá para se contratar uma ‘mãe substituta’”, diz Abrileri.
Nesta hora, é comum a mulher moderna se deparar com um grande dilema: investir na carreira ou investir na criação dos filhos? Dá para estas situações coexistirem? Por conta das dificuldades na gestão de tempo, hoje, a mulher que tiver intenção de ascensão na carreira e quiser ser mãe, vive um grande conflito.
De fato, saber dividir o tempo entre a vida pessoal com filhos e a profissional é um desafio e tanto. Por isso, cada vez mais, mulheres fazem a opção pela maternidade com a idade mais avançada, entre 35 e 39 anos de idade. O especialista, nesse caso, questiona se esta é uma boa alternativa. “Talvez antecipar o sonho com a chegada dos filhos, passar os primeiros anos, que são os mais difíceis, quando se é mais jovem e se tem mais vigor, para depois conciliar as duas tarefas seja uma opção interessante”, analisa.
De todo modo, qualquer que seja o momento da gravidez, sempre haverá uma necessidade de superação por parte da mulher. Nesta hora, é necessária a compreensão de todos: por parte dela, não se esquecendo de que a empresa necessita de seu trabalho e de seus talentos, mas também por parte da empresa, superiores, pares e subordinados, lembrando que a maternidade faz parte da vida das mulheres e que todas elas estão sujeitas a isto. Na empresa, deverá ser mais fácil obter a compreensão das outras mulheres, mas os homens deverão lembrar de seu círculo familiar: mãe, irmã, esposa, filha e tentar oferecer à gestante a mesma compreensão e carinho que daria a uma destas.
É possível haver transtornos durante a gravidez para as gestantes e, com isso, algumas perdas para a empresa, mas, por outro lado, o momento traz para a mulher grandes mudanças e amadurecimento em vários sentidos. Corporações que resolveram acreditar em suas executivas, ajudarem a lidar com a maternidade de forma natural e ainda ajudarem as profissionais nessa fase, no saldo geral, foram surpreendidas com o desempenho das mulheres. O que comprova que a maternidade, em muitos casos, é saúde para o ambiente de trabalho também.
“Elas são capazes de dar um gás durante a gestação e, quando retornam sem medo do que vão encontrar, podem apresentar resultados ainda melhores que os anteriores. Têm, na verdade, uma alta capacidade de redimensionar os problemas, além de flexibilidade e resistência”, analisa o presidente.
Hoje, chegam até a Curriculum.com.br histórias de executivas que encararam o dilema, engravidaram, tiveram seus filhos e ainda se deram bem na profissão. “Muitas empresas necessitam de mulheres em cargos de chefia pelo dinamismo, flexibilidade e sensibilidade que só elas têm”, conclui Marcelo Abrileri. O que mostra que as mulheres vão almejar, conquistar e ganhar ainda mais créditos no mercado de trabalho provando mais que capacidade, um poder feminino e suave para crescer.
Fonte: Marcelo Abrileri – presidente da Curriculum.com.br
Primeiro Passo para Alcançar Sucesso é o Conhecimento
Alcançar o sucesso ao ingressar em um novo negócio, qualquer que seja a área, para Francisco Higa, especialista em Gestão Empresarial e autor do livro “Vai dar M..” (Editora Gente) é, primeiro, avaliar o conhecimento sobre si mesmo, os objetivos pessoais e o conhecimento sobre o negócio em vista.
Segundo o consultor, o primeiro momento é para reflexão e certificar-se se a abertura de um negócio próprio é o melhor caminho para alcançar aquilo que se está buscando como objetivo de vida. “Pergunte-se se está realmente preparado para enfrentar todas as adversidades em busca desse objetivo”, reforça.
Para Higa, muitas vezes, o desejo de um negócio próprio surge quando uma pessoa sofre algum tipo de decepção profissional, como: perda do emprego, bronca ou cobrança do chefe, falta de reconhecimento pela empresa, contágio pela palavra “empreendedorismo” ou pelas histórias de sucesso divulgadas nos veículos de comunicação.
“É uma grande ilusão achar que abrir um negócio próprio significa trabalhar menos e ganhar mais”, informa. “As estatísticas mostram que um número enorme de empreendimentos fracassa, principalmente, porque o empreendedor não soube definir o momento certo para lançar o seu projeto ou não estava preparado para isso”, comenta Higa, que atua há 17 anos em Gestão Empresarial.
Segundo ele, "de pedra você virará vidraça”, isto é, todas as críticas que, como empregado a pessoa fazia à empresa que trabalhava ou ao antigo chefe, muito provavelmente serão voltadas a ela própria por seus colaboradores.
O segundo passo para Higa, é certificar-se do quanto o futuro empresário conhece do negócio a ser lançado. “Para auxiliá-lo nessa tarefa, o melhor é reunir as informações necessárias a fim de definir um plano de negócios e estruturar suas idéias em relação ao futuro empreendimento”, aconselha.
Uma boa dica do consultor é criar um documento formal e se comprometer em segui-lo. “A disciplina ajuda a minimizar riscos de fracasso, por deixar de estudar ou analisar as alternativas e ações cabíveis em cada caso”, diz. Como essa atividade tem um cunho bem mais técnico, Higa recomenda discutir o plano de negócio com algum profissional experiente que o ajude validar a viabilidade de seu projeto.
De uma forma geral, esse plano deve conter o detalhamento do novo empreendimento, considerando os aspectos de mercado: potenciais clientes e fornecedores, técnico-operacionais (como fazer ou operar), financeiros (projeção de receitas, despesas, investimentos requeridos etc.), jurídico-tributários e organizacionais (quais e quantos recursos humanos serão necessários).
Higa explica que “o seu novo desafio certamente afetará o seu relacionamento familiar, quer seja pela ausência devido à necessidade de dedicação total ao negócio, ou pelo impacto financeiro de conviver com recursos variáveis e limitados, e não mais a garantia de um salário fixo a cada mês”. Para ele, é importante separar as contas pessoais das finanças da empresa. “Saiba que a sua retirada será proporcional ao resultado que a nova empresa apresentar”, informa.
Segundo Higa, ter competência para gerir o negócio é fundamental, para isto deve-se conhecer as características do mercado: como fazer, como gerir, como contratar pessoas, como lidar com as finanças, saber como aprimorar seus conhecimentos e habilidades e, acima de tudo, como prover o crescimento. “Lembre-se, para que o negócio tenha êxito depende de muita dedicação e esforço, entretanto, somente dedicação e esforço não garantirão o sucesso de seu negócio”, finaliza o consultor.
Fonte: Francisco Carlos Higa – sócio-fundador da Turnpoint Gestão e Desenvolvimento Organizacional, consultor especialista em gestão e organização, professor universitário pela FAAP, autor do livro “Vai dar M… – Soluções para seu projeto não afundar” (ed. Gente).
Vendas Relacionais no Varejo
Vendas relacionais são aquelas que primam pelo relacionamento com o cliente, feitas através de e-commerce e multicanais, que são canais complementares de venda em empresas de varejo e comércio em geral. É importante que as empresas estejam presentes na Internet, mas, também, que negociem e se relacionem com o cliente através dela. Esse veículo não veio para acabar com o varejo tradicional e, sim, para complementá-lo.
As empresas devem integrar o comércio eletrônico em suas operações para reforçar sua marca, melhorar o relacionamento com o cliente, aumentar e melhorar o banco de dados e transmitir confiança ao seu cliente. Entre outras, uma das principais vantagens da web é que ela é uma mídia permanente, uma complementaridade da loja – não tem limite de horário e pode oferecer serviços diferenciados – e permite um maior poder de negociação com fornecedores.
Mesmo com a evolução tecnológica, as empresas continuam tendo como foco principal o cliente e este sente grande necessidade de ter contato humano; por isso, mesmo tendo um negócio na Internet, é necessário dar a possibilidade do contato humano ao seu cliente, por meio de outros canais. A internet se tornou indispensável como uma forma a mais de relacionamento, de comunicação e de fechamento de negócios. Aumentou a possibilidade da compra por impulso, fechou o vazio entre o desejo e a compra. A web veio para agregar, como um canal complementar.
É importante oferecer também a acessibilidade como uma das grandes vantagens dos negócios que podem ser feitos por diferentes canais, incluindo a internet, pois, assim, é possível estabelecer um relacionamento com o cliente e atendê-lo onde, como e quando ele quiser comprar. O importante é poder transitar por todos os canais possíveis. É importante integrar e incentivar os multicanais. Alguns dos elementos que merecem uma nova leitura nesta nova realidade de gestão de negócios são a conectividade e a mobilidade.
Os diferentes canais proporcionam diferentes sensações nos compradores e todas são importantes: a gratificação imediata, o toque e o contato humano são os pontos mais importantes nas lojas físicas; no catálogo é a portabilidade e a venda de conceito e estilo de vida; na Internet a conveniência, a interatividade, a facilidade de informação e a atualização rápida são os destaques. Estes são os canais e no meio deles está o cliente. Quando a gente trabalha em multicanais, garantimos maior fidelidade do cliente. As vendas relacionais, através do multicanal são uma das mais novas experiências de compra.
Dos 10 maiores varejistas na Internet, quatro são de multicanais. É importante lembrar que os clientes de multicanais gastam mais. Por volta de 30% dos clientes que navegam na web compram na loja e 40% que transitam na loja compram na Internet. Dados de pesquisa indicam que os clientes fiéis das empresas compram em mais de um canal. Na JC Penney (EUA), os clientes que compram em seus três canais (catálogo/loja/site), gastam pelo menos três vezes mais do que as pessoas que compram através de apenas um canal.
Integrando operações virtuais e reais: o multicanal – é uma necessidade, não uma opção, a web revigorou os outros canais; ao avaliar – é importante considerar alguns aspectos ao avaliar a estratégia de devolução, pois as empresas varejistas devem operar como uma unidade, potencializando sinergias; os preços – no varejo multicanal devem ser preferencialmente homogêneos, porém, diferentes por opção estratégica ou tática; o foco – deve ser nas competências fundamentais, partindo para terceirização e parcerias em processos que não geram diferencial competitivo; fulfillment e logística reversa – são fatores críticos de sucesso no e-commerce; a marca – é a chave de tudo; o consumidor – quer consistência on-line e off-line; convivência e experiência – fazem a diferença no e-commerce, o cliente on-line tornou-se mais volúvel e exigente, é preciso inovar sempre; gestão, gestão, gestão – sem ela as estratégias não vão para frente.
Quando a funcionalidade e disponibilidade de plataformas de mercado interorganizacional aumentam, um número crescente de empresas descobre que podem eliminar canais intermediários e trocar produtos e serviços diretamente com os clientes. O comércio eletrônico está sendo utilizado para reduzir a complexidade dos produtos e mercados, enquanto, simultaneamente, aumenta a penetração no mercado. Agregando novo valor adicionado e serviço de informações customizados aos produtos e serviços tradicionais, as empresas podem expandir as oportunidades de vendas relacionais, enquanto reduzem os custos e complexidade da oferta de serviços customizados. O comércio eletrônico pode substituir algumas das funções tradicionalmente desempenhadas por esses intermediários, permitindo inclusive que surjam novos atores no cenário de competitividade das empresas.
Fonte: Paulo Pandjiarjian – jornalista, consultor de varejo e vice-presidente da ADVB DF – Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil Distrito Federal.