Um assunto bastante em voga e que gera muitas discussões na área de TI diz respeito à importância das certificações para desenvolvedores. Alguns as defendem dizendo que são diferenciais que os profissionais conquistam para conseguir espaço e credibilidade no mercado de trabalho; os que atacam, afirmam que as certificações não comprovam a capacidade prática do desenvolvedor.
Ambas as posições possuem argumentos fortes e plausíveis, afinal, as certificações são um diferencial na formação do profissional, porém, este não pode ficar restrito a apenas essas titulações.
O grande referencial quanto a importância das certificações deve ser o mercado. E o que se percebe, atualmente, é que as pessoas que analisam os currículos contratam os profissionais levando em consideração essas certificações, como se fossem atestados de competência do indivíduo. Porém, há um risco embutido nesta atitude que, muitas vezes, não é analisado ou até percebido.
O processo de obtenção de uma certificação não envolve a análise da experiência prática do candidato. A avaliação fica restrita à aplicação de conceitos e assuntos específicos, exaustivamente estudados pelos candidatos antes da prova.
Levar em conta apenas as certificações na hora de contratar um profissional pode acabar trazendo problemas para as próprias empresas, uma vez que conhecer profundamente a teoria não significa boa prática, principalmente, quando aparecerem problemas complexos ou imprevistos ao longo do projeto. Quem nunca teve um colega que tirava boa nota nas provas, mas encontrava grandes dificuldades na hora da execução?
Assim, certificações, de fato, abrem portas em muitas empresas e ajudam a aumentar a visibilidade do profissional tanto dentro da empresa em que atua, como no mercado de trabalho. Elas também ajudam a empresa a gozar de certa credibilidade junto aos seus diversos públicos, ao apresentar um quadro de colaboradores “capacitados”. Porém, é evidente que as empresas precisam aperfeiçoar suas avaliações na hora da contratação, buscando também avaliar as aptidões práticas dos candidatos.
Portanto, além de qualquer certificado, deve estar a experiência prática do profissional em exercer as mais diversas atividades que o seu ofício pode vir a exigir. Afinal, o que diferencia profissionais igualmente capacitados é justamente a sua capacidade de lidar (bem) com os imprevistos.
Marcos Sakamoto é presidente da Assespro-SP.
Fonte: Administradores